A primeira roda de conversa da Semana de Inovação 2021 foi sobre a incrível jornada das métricas e indicadores para os laboratórios de inovação. Conduzida por Palmyra Repette, engenheira civil do TRE de Santa Catarina, doutoranda em engenharia e gestão do conhecimento, Palmyra contextualizou a jornada de criação dos laboratórios de inovação pelo mundo, começando com o MindLab da Dinamarca em 2002, o Laboratório da Universidade do Espírito Santo, pioneiro no Brasil em 2012, a criação do GNovaLab da Enap em 2016. De 2017 para cá houve aumento expressivo de laboratórios em órgãos públicos de todas as esferas.
Para Palmyra, os laboratórios de inovação são ilhas de experimentação dentro da administração pública, onde inspiram colaboração, horizontalidade e participação. “É onde muitas vezes iniciam os processos de simplificação de serviços, porque os laboratórios podem introduzir a inovação sem perturbar muito a rotina da administração”, afirmou a coordenadora da roda de conversa.
Por que avaliar o desempenho dos laboratórios de inovação?
Preocupação antiga dos laboratórios de inovação do setor privado, e mais recentemente do setor público, a avaliação de resultados permite que esses organismos legitimem suas atividades, apresentem seus resultados, garantam o patrocínio da administração e forneçam informações aos tomadores de decisões com base em evidências. E não há receita pronta para a avaliação, dado que os laboratórios são sistemas complexos que atuam em diferentes contextos, com objetivos específicos.
Ao classificar indicadores de resultados e indicadores de esforço, Palmyra trouxe o conceito de ex-ante e ex-post. Os primeiros são os indicadores de insumos e do processo de inovação, mais difíceis de investigar, porque pressupõem a avaliação de cada projeto em andamento, com indicadores mais qualitativos do que quantitativos. Exemplos estão conectados com o processo de seleção de projetos, geração de ideias, fatores motivacionais no ambiente de trabalho, planejamento e processo de desenvolvimento do produto/serviço, dentre outros.
Os indicadores ex-post estão ligados aos resultados e entregas dos laboratórios em uma perspectiva mais ampla, de produtos e efeitos gerados, que envolvem as partes interessadas. Aqui se trata de avaliar o número de usuários beneficiados, a facilidade com que eles aprendem a utilizar a inovação, o compartilhamento com outros órgãos de governo, os custos envolvidos e as vantagens do produto.
Em suma, avaliações devem permitir identificar fatores críticos de sucesso e saber aproveitá-los, fomentar a aprendizagem para apoiar a evolução dos laboratórios de inovação.
Ao final da roda de conversa, os participantes utilizaram ferramentas de interação e exercitaram a criação de indicadores.