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No ano que a revista completa 85 anos, sete artigos científicos abordam temas relevantes para a gestão pública

A primeira edição de 2022 da Revista do Serviço Público (RSP) já está no ar. A publicação reúne sete estudos que tratam de temas variados do setor público - impacto da automação, falta de água, inovação, custos de contratação e desempenho organizacional. Esse é um dos quatro números regulares que compõem a edição que marca os 85 anos da RSP .

A revista é uma publicação trimestral editada pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), classificada como A4 no Qualis único da Capes. Estão abertas chamadas de artigos para o número especial previsto para 2022, que terá regulação como tema. Os artigos devem fazer uso explícito do RegBR e precisam ser escritos em inglês. As submissões já estão abertas no site da revista e serão aceitas até 30 de setembro.

Acesse a edição 73.1

Leia aqui um resumo dos estudos:

1) O futuro do trabalho no poder executivo do Distrito Federal brasileiro

Autores: Kaio de Oliveira Teixeira, Gustavo José De Guimarães e Souza, Mathias Schneid Tessmann

Os impactos da automação nas ocupações do serviço público são tema deste artigo, que mostra que as atividades mais propensas a mecanização são as que exigem capital  humano menos qualificado (servidores com menor escolaridade) e que podem facilmente ser realizadas de forma rotineira. O estudo foi realizado a partir da análise do caso dos servidores do poder executivo do Distrito Federal e revelou que cerca de 30% desses profissionais ocupam cargos com média ou alta propensão à automação.

2) Reflexões sobre a falta de água em algumas regiões brasileiras e a coprodução na gestão pública: rumo a uma gestão hídrica mais efetiva

Autores: Gilmara Aparecida de Freitas Dias, Josivania Silva Farias, Karla Veloso Coura, Gisela Demo, André Luiz Mendes Athayde

A gestão hídrica é a preocupação central deste estudo, que faz uma reflexão teórica sobre a falta de água em algumas regiões do Brasil. O estudo concluiu que, embora os recursos hídricos sejam altamente suscetíveis a influências políticas e econômicas, eles podem ser geridos de forma mais adequada por meio de uma gestão participativa e de boa qualidade. Nessa lógica, o artigo defende que os interessados ​​(stakeholders) podem apresentar e se engajar em propostas de melhorias na distribuição e reúso da água. 

3) Determinantes da adoção de inovação no setor público: estudo de caso na Susep

Autores: José Geraldo Pereira Barbosa, Patrícia Oliveira de Carvalho

O artigo investiga os fatores determinantes para o sucesso da adoção do Sistema  Eletrônico de Informações (SEI) na Superintendência de Seguros Privados (Susep). Apesar da alta resistência a mudanças por parte dos servidores, os benefícios da ferramenta – eliminação do papel, praticidade, agilidade, disponibilidade, transparência da  informação e acesso  remoto – evidenciaram que a adequação da inovação às necessidades e valores dos usuários foi um fator determinante na implementação da ferramenta na instituição.

4) Custo da contratação de veículos para transporte de passageiros no Ministério da Saúde do Brasil

Autores: Ernesto Fernando Rodrigues Vicente , Alexandre Pozza Urnau Silva , Altair Borgert , Fernando Richartz, Emanuele Engelage, Rafaela Vieira Santos

Quais são os custos da contratação  de veículos de transportes de passageiros em parcerias público-privadas? Neste estudo os pesquisadores desenvolveram um simulador que permite o cálculo do custo-benefício sob diferentes parâmetros – tanto análises prévias (antes mesmo de iniciar o processo licitatório), quanto análises de fiscalização e controle financeiro. A elaboração do modelo se baseou em contratações realizadas pelo Ministério da Saúde. 

5) Análise comparativa da gestão de custos nas instituições federais brasileiras de ensino superior

Autores: Samuel Cavalcante Mota, Antonio Rafael Valério de Oliveira, Naiara Taise Sousa Nunes, Hugo Santana de Figueirêdo Junior

A questão dos custos também está presente nesta análise, a partir da experiência das universidades federais brasileiras. O estudo aponta um dado preocupante: de um  total de 51 universidades, cerca de 40% (ou  seja, 21 delas) não utilizam nenhum sistema de avaliação de despesas. Os autores alertam para a necessidade de se estabelecer uma metodologia que inclua um critério mínimo de avaliação de custos nas universidades federais: “um padrão definido possibilitará a comparação de custos entre instituições, a identificação de práticas bem-sucedidas na gestão de custos e o uso de informações de custos como medida de eficiência e eficácia da gestão das universidades”.

6) O desempenho organizacional no setor público de ensino sob a ótica das capacidades organizacionais: um estudo de caso

Autor: Valdinei Cecilio

A gestão simultânea que considera o alinhamento das atividades organizacionais do presente e a adaptabilidade ao futuro (‘ambidestria contextual’) é o foco deste estudo de caso realizado no Instituto Federal Catarinense (IFC). O trabalho diagnosticou o contexto institucional do IFC em relação à influência das capacidades organizacionais no desempenho institucional, na ótica dos servidores. Os resultados sugerem que o principal aspecto para prever o desempenho organizacional é a gestão simultânea do presente e do futuro. Já a performance é indicada de forma indireta pela identidade da instituição.

7) Entre padronização e flexibilidade: a implementação do programa federal Melhor em Casa, considerando a diversidade local

Autores: Débora Spalding Verdi, Roberto Rocha Coelho Pires

O sétimo e último artigo deste número é de autoria de Verdi e Pires. Eles analisam

uma política pública do Ministério da Saúde, o Programa Melhor em Casa. Uma das conclusões é que a adesão ao programa parece ter encontrado maior dificuldade de implementação do que outras políticas públicas semelhantes, que existem em nível local. O estudo aponta para esse aspecto importante, que é o desafio da execução de práticas que são elaboradas no nível federal e às vezes encontram resistência na esfera local.

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