Doe e retire um livro: Enap promove leitura circular no jardim da Escola

 “A cada leitor o seu livro, para cada livro o seu leitor.” Este é o trecho inicial do manifesto do “Leitura no Jardim”, novo projeto de incentivo à leitura e à doação de livros lançado este mês pela Biblioteca Graciliano Ramos, da Escola Nacional de Administração Pública (Enap). 

A novidade chega para incentivar a doação e, consequentemente, a circulação de livros literários. O “Leitura no Jardim” é uma iniciativa solidária, que promove o compartilhamento de conhecimento e experiências. Os leitores podem vir à sede da Escola, no Setor Policial Sul, em Brasília (DF), para doar e/ou pegar um livro, ou, simplesmente, aproveitar o espaço do maravilhoso jardim em frente à biblioteca para uma nova leitura.

"Disponibilizar esses livros para os servidores e toda a sociedade é uma forma da Escola contribuir para a promoção da leitura, desenvolvimento pessoal e, consequentemente, para uma sociedade mais informada. A leitura traz benefícios não só para quem lê, mas para o país, porque é uma forma de melhorar a criatividade, a interpretação e, principalmente, o senso crítico”, destacou Tatiane Dias, chefe da Biblioteca da Enap, durante o evento de lançamento, no dia 13 de fevereiro.

A cerimônia, realizada no jardim da Enap, contou com leituras voluntárias de trechos de livros pelos participantes e com uma apresentação musical do grupo Choro Delas. A semana de lançamento do projeto coincidiu com dois marcos importantes da literatura: a abertura da Semana de Arte Moderna, em 13 de fevereiro de 1922, e o Dia Internacional da Doação de Livros, celebrado em 14 de fevereiro. 

Parada Cultural 

A ideia do Leitura no Jardim parte de uma fonte de inspiração na capital federal, o Parada Cultural. Uma iniciativa lançada pelo empresário Luiz Amorim, que começou a receber, no próprio açougue, livros dos clientes e, com o tempo, expandiu o projeto para estantes em paradas de ônibus da capital federal. 

O empresário, que foi alfabetizado aos 16 anos, descobriu na leitura dos gibis de filosofia a paixão pelos livros. Luiz Amorim conta que sempre que encerrava os expedientes no açougue mergulhava na leitura. “Então, a minha média de leitura durante o mês era de 10 a 15 livros. Praticamente todo salário que eu ganhava ia para os livros”, relatou.

Amorim acredita que a proximidade com a leitura foi o ponto de partida para a ideia do compartilhamento. “Iniciamos com uma pequena estante dentro do açougue. A ideia foi crescendo até chegar às paradas de ônibus. Com apoio e parcerias, conseguimos instalar estantes em mais de 30 pontos da cidade, tornando a leitura mais acessível”, disse.

A pesquisa "Retratos da Leitura" de 2024 aponta uma redução no número de leitores no Brasil, um desafio preocupante. Diante disso, a Enap reafirma seu compromisso com a promoção da leitura.

Biblioteca do Futuro 

A ação integra o Projeto Biblioteca do Futuro (BdF), que busca tornar a biblioteca da Enap mais dinâmica e acessível. O Leitura no Jardim reforça três pilares do BdF:

• Compartilhamento: incentivo à troca de livros e experiências;

• Biblioteca viva: um espaço interativo e inovador;

• Acesso e democratização: leitura disponível a todos.