Foto: Ana Paula Fornari Benvegnu/Ascom-Enap
A Escola Nacional de Administração Pública (Enap) encerrou nesta sexta-feira (30) a edição extraordinária do curso Liderança Premium para pessoas negras. Foram cinco dias de aulas para uma turma exclusiva de 60 alunos, formada por pessoas negras servidoras e servidores públicos federais, ocupantes de cargos DAS 3 ou equivalentes. O objetivo do curso vai ao encontro dos objetivos do Estado de implementar o Decreto nº 11.433/23, que estabelece cotas mínimas de ocupação de cargos em comissão e funções de confiança a pessoas negras e, dessa maneira, inseri-las nas lideranças das organizações públicas.
A secretária executiva do Ministério da Igualdade Racial (MIR), Roberta Eugênio, destacou que, em toda a sua trajetória até o primeiro cargo de liderança na organização pública, mesmo em diálogo com outras pessoas negras, percebeu que um dos maiores desafios enfrentados é a solidão. “Um curso como este rompe com um dos maiores desafios que o racismo nos impôs, que é o fato de nós podermos, entre nós, falar sobre o que significa uma liderança negra de forma plural”, analisou.
A ideia principal do curso era despertar nos participantes, por meio de diálogos, dinâmicas e exposições, o autoconhecimento e a consciência do líder, bem como o impacto que ele pode causar no ambiente em que atua. A iniciativa explorou problemas internos e externos, sob tópicos de letramento em diversidade, liderança inclusiva, comunicação estratégica, inovação e mudança, visão de futuro, iniciativas em rede, geração de valores, gestão de crises e resultados, engajamento e desenvolvimento pessoal.
Para a coordenadora-geral de Capacitação de Altos Executivos da Enap, Magali Dantas, um dos grandes resultados do curso é a formação de redes capazes de influenciar as políticas públicas de maneira transversal. “A importância de promover uma iniciativa com essas características se dá em função de uma demanda reprimida histórica: nunca foi feito um curso para lideranças negras. Isso, ao mesmo tempo, é motivo para celebrar, mas nos coloca diante do grande desafio de conciliar as necessidades das pessoas negras para desenvolver competências de gestão e para liderar no setor público”, afirmou Magali.
“Eu acho extremamente importante, enquanto mulher preta e nordestina em uma terra desconhecida, ter essa oportunidade institucional de me capacitar para um local de liderança. Reafirma um compromisso não somente em palavras, mas, sim, em ações. Acredito que essa abertura da Enap e do Ministério da Igualdade Racial para essa temática, nesse momento específico do País, nos traz a possibilidade de criar laços, redes e de ocupar espaços de forma institucional. Que não seja apenas uma iniciativa, mas o início de uma grande conquista de todo o povo brasileiro”, comemorou a coordenadora-geral de Vigilância em Saúde Ambiental do Ministério da Saúde, Emily Karle Conceição.
Como expectativa, a Escola espera atingir conhecimento e entendimento maiores em relação às competências essenciais de um líder no dia a dia, dentro e fora das instituições. Outro objetivo é que os participantes sejam capazes de aplicar essa experiência considerando suas equipes, pares e lideranças imediatas. Além do curso, a Escola está oferecendo, por meio do Liderança Premium, acesso a novas atividades e ferramentas que possam contribuir com um aprendizado contínuo, gerando valores a toda sociedade brasileira.
