Uma mesa-redonda virtual marcou o início das comemorações dos 35 anos da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), na última segunda-feira (20/09). Com o tema “Capacitações que geram competência – como transformar a capacidade estatal pelo conhecimento”, o evento reuniu atuais gestores e ex-presidentes da instituição para relembrar as conquistas da Escola no fomento e disseminação do conhecimento e inovação na administração pública, além de reunir projeções e expectativas dos antigos gestores para o futuro da Enap.
Estavam presentes os ex-presidentes da instituição: Aline Ribeiro Dantas de Teixeira Soares; Carlos César Pimenta; Francisco Gaetani; Gleisson Cardoso Rubin; Helena Kerr do Amaral; Luiz Antonio Palma e Silva; Malvina Corujo de Azevedo Lopes; Paulo Sergio de Carvalho e Regina Silvia Viotto Monteiro Pacheco.
Participaram ainda o atual presidente Diogo Costa e os diretores: Bruna Santos, diretora de inovação; Paulo Marques, diretor de desenvolvimento profissional; Rodrigo Torres, diretor de educação executiva; Alana Lisboa, diretora de gestão interna; Diana Coutinho, diretora de altos estudos; e Laís Piovan, diretora executiva substituta.
Mediado por João Vitor Domingues, cordenador-geral de Capacitação de Altos Executivos da Enap, um pequeno histórico da instituição foi apresentado: “Ser um ambiente onde o setor público se transforma em competência, conhecimento, inovação, atitude, resultado e valor tem sido a missão da Enap desde a sua criação em 17 de setembro de 1986. A história da Enap é marcada por mudança e evolução, suas bases vêm da Fundação Centro de Formação do Servidor Público, Funcep, criado em 1981. Em 1986 foram instituídos o Centro de Desenvolvimento da Administração Pública, o SEDAN, e a Escola Nacional de Administração Pública (Enap) na estrutura da FUNCEP. Já em 1990 houve uma nova alteração do nome Funcep para o nome atual, fundação Escola Nacional de administração pública (Enap) e recentemente, em 2019, veio a união com a escola de administração fazendária esaf formando hoje a maior escola de governo do país”, explicou o coordenador.
Depoimentos
O evento também contou com o depoimento de pessoas que fazem parte da história e do crescimento da Escola entre eles: Jônathas Nery De Castro, secretário-executivo da Casa Civil; Jane Barbosa, servidora da Enap desde 2006, Nicolai Prytz, embaixador da Dinamarca no Brasil; Lejandre de Menezes Monteiro, aluno e professor da Enap e Luis Felipe Monteiro, Secretário de Governo Digital do Ministério da Economia.
O presidente Diogo Costa, que está à frente da Enap desde 2019, abriu a mesa-redonda explicando o processo de integração com a Esaf, além de destacar as principais entregas da Escola atualmente. “Estamos em uma nova fase, em um novo capítulo nestes 35 anos. Por trás de grandes transformações você encontra escolas. A Enap tem hoje um papel importante na pesquisa e uma posição estratégica ao se falar em competências. Temos mais de 4 milhões de inscrições na EV.G e mais de 90 parcerias nacionais e internacionais”, salientou.
Confira trechos dos discursos dos participantes:
Bruna Santos, diretora de inovação: “Acho que a Enap traduz uma máxima que a inovação se faz com times. Hoje ela não só inova, mas também promove a inovação, buscando essa transformação sistêmica do estado".
Paulo Marques, diretor de desenvolvimento profissional: “A EV.G tem portfólio que atende a um público muito amplo: servidores, gestores municipais e estaduais. Temos hoje 33 certificações avançadas e até o fim do ano vamos entregar 500 cursos na plataforma".
Diana Coutinho, diretora de Altos Estudos: “Uso uma palavra que traduz o orgulho de fazer parte deste time: Enapride. O objetivo da Enap é produzir pesquisa que realmente seja transformadora da administração pública e contamos com servidores com o mesmo objetivo".
Rodrigo Torres, diretor de Educação Executiva: “Devemos valorizar os processos históricos. Estabelecemos pela primeira vez o que um líder precisa ter para atuar e, a partir daí, oferecemos essas capacitações. Precisamos preparar novos servidores para ocupar esses postos”.
Helena Kerr, ex-presidente: “Acho que a formação do servidor tem que passar pelas competências essenciais e não só conhecimento. O servidor tem que saber ouvir e ter sensibilidade com uma federação muito heterogênea”.
Regina Pacheco, ex-presidente: “Faço um desafio à atual gestão: temos que discutir como melhorar a organização e o funcionamento do Estado. A ideia de elite no funcionalismo é obsoleta. Temos que trabalhar com todos. Precisamos de líderes efetivos e comprometidos”.
Aline Soares, ex-presidente: “Quando você compartilha conhecimento também desenvolve sua liderança. A educação para o servidor não é apenas de conteúdos, mas também voltada à pesquisa, como a Enap já fomenta. E precisamos sempre desenvolver a educação para a atitude”.
Carlos Pimenta, ex-presidente: “Precisamos de um setor público fundamentado em evidência empírica, com capacidade de coordenação para construir consensos e alcançar resultados. As organizações estão mudando rapidamente e os órgãos públicos também terão que se adaptar".
Luiz Antonio Palma e Silva, ex-presidente, fez uma homenagem póstuma ao professor Pedro Luiz Barros e Silva, que fez parte do início do projeto da Enap: "Era um grandioso como alguém que dedicou a vida ao público, ao ensino e à pesquisa”. E acrescentou: “pensar implica muitas vezes em um processo doloroso, infinito, que só pode levar a respostas temporárias as quais destinam-se a serem um dia superadas. Mas o pensamento é também a descoberta, a alegria diante do desconhecido. Falamos como testemunhas, dentre inúmeras outras, do nosso tempo, descrevendo o esforço que fizemos para avançar e inovar nas grides da administração pública, assim como para nos desprender das forças reativas e dos imperiosos poderes que a elas circundam”.
As celebrações de aniversário da Enap continuam ao longo da semana, acompanhe em nossas redes sociais e assista ao evento completo em nosso canal do YouTube.