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Vivência resgata tradições e memórias afetivas para construção de espaços de acolhimento comunitário

No último dia de programação da Semana de Inovação 2024, o evento “Cuidado Comunitário e Outras Formas de Cuidar” promoveu uma rica troca sobre o papel do cuidado coletivo, abordando desde saberes ancestrais até novas metodologias de apoio. A vivência, realizada nesta quinta-feira (31), reuniu cinco especialistas com trajetórias distintas, mas comprometidos com a criação de redes de apoio comunitárias.

O encontro foi dividido em dois momentos – a fala de cada participante e um debate em grupo. Luiza Xavier, coordenadora de cuidados no Instituto Procomum e psicóloga, trouxe o conceito de “cuidado como linguagem”, destacando a importância de um acolhimento genuíno e a sensação de insuficiência que muitos sentem ao lidar com as complexas demandas de apoio social. “Cuidar não é apenas estar presente, é escutar as pessoas e entender suas reais necessidades”, afirmou, ressaltando a diferença entre ouvir e escutar, algo essencial para um cuidado mais atencioso.

A professora indígena Simone Takuá, falou sobre o cuidado comunitário entre povos indígenas do semiárido baiano, representado por cerca de 290 mil indígenas. Ela compartilhou o “recado das mulheres indígenas da Bahia”, para quem o cuidado está vinculado à ancestralidade e à espiritualidade. Simone, que também é fundadora da cooperativa Flora Tupi, comentou sobre o cuidado e a cultura em sua comunidade, mostrando a importância de “cuidar do corpo, do sagrado feminino e da memória coletiva”.

Cyntia Matos, educadora popular e fundadora da Casa Cuidado em Duque de Caxias, apresentou a “Metodologia do Cuidado”, onde escuta, acolhimento, refeições comunitárias e aprendizado são combinados para fortalecer laços. Inspirada por sua avó, Dona Diva, ela falou sobre a criação de “colchas de memórias afetivas”, que valorizam as histórias e necessidades dos indivíduos. “Escutar é diferente de ouvir”, disse, enfatizando que a verdadeira atenção envolve disposição para entender o outro.

As memórias de cuidado da infância inspiraram Rodrigo Carancho a criar a Escola Aberta do Cuidado. Uma das histórias contadas foi a do “Seu Chapéu”, um benzedeiro que o ajudou a compreender o poder das pequenas manifestações de cuidado. Carancho destacou que sua missão é oferecer uma rede de apoio sensível e humana, reforçando que o cuidado comunitário precisa estar presente nas interações cotidianas, especialmente em territórios marginalizados.

No segundo momento, a audiência foi dividida em grupos e cada facilitador coordenou um debate sobre as perspectivas de presente, passado e futuro do cuidado em comunidade, levando em consideração como as formas de cuidar encontradas atualmente e na ancestralidade podem contribuir para pensar novas formas de cuidado no futuro. 

Ao final do evento, os participantes refletiram sobre os desafios e oportunidades de fortalecer o cuidado em suas próprias comunidades, considerando a importância de práticas de apoio inclusivas e resilientes. A vivência foi um exemplo poderoso de como o cuidado comunitário pode ser uma ferramenta de transformação social, inspirando o fortalecimento de uma sociedade mais acolhedora e justa.

Sobre a SI 2024 
A Semana de Inovação 2024 é realizada pela Enap em parceria com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério das Mulheres e tem patrocínio de Itaipu Binacional, Dataprev, Instituto Unibanco, Microsoft e Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Mais informações:  semanadeinovacao.enap.gov.br

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