Sete dos 15 atletas do DF convocados utilizam estrutura da Enap

Os jogos Parapan-Americanos de 2023 já têm data marcada - acontecerá entre os dias 17 e 26 de novembro. De acordo com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), serão 323 atletas da seleção brasileira que irão competir em Santiago (Chile), em 17 modalidades. Desta vez, o Pan será representado por 15 atletas brasilienses, dos quais sete usam a estrutura da Escola de Administração Pública de Brasília (Enap), para treinos esportivos ou atendimento de fisioterapia e avaliação.

Os atletas paralímpicos de alto nível usam o Complexo Esportivo, que passou por revitalização e foi reinaugurado neste mês (20/10). “Hoje, estamos entregando um espaço totalmente novo e que teve como prioridade a superação de barreiras de acessibilidade em um espaço que, há mais de 30 anos, é utilizado para a preparação de atletas paralímpicos, em diversas modalidades, que são motivo de orgulho para nós por trazerem grandes resultados para o Brasil”, destaca Betânia Lemos, presidenta da Enap.  

O local tem parceria com o Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe) e, ao todo, são mais de 400 atletas beneficiados, entre 278 homens e 155 mulheres. 

É o caso da Maria Fernanda Garcia (23), competidora de tênis em cadeira de rodas, na categoria Feminino Open. “O espaço da Enap promove chances iguais para todos os atletas, independentemente da situação financeira, cor, raça, sexo, deficiência, e isso potencializa a performance tanto dos esportistas de base quanto dos de alto rendimento”, explica.

Outra atleta é a Helena Nunes (32), da categoria Composto Feminino Open, de tiro com arco. Ela conta que tem rotina ativa no Complexo Esportivo, onde envolve treinos e musculação. “Se não houvesse a parceria da Enap com o Cetefe, talvez não teríamos um lugar acessível para a prática do esporte, por isso, é de extrema importância o apoio e o espaço cedido”, afirma.

Atletas que usam a estrutura do Complexo Esportivo da Enap e foram convocados para os jogos Parapan-Americanos de 2023:

No pódio

Por meio do Complexo Esportivo da Enap, em conjunto com o Cetefe, muitos atletas e treinadores puderam alcançar a tão sonhada subida ao pódio: medalha de prata para a atleta Helena Nunes e técnico André Xavier, no Campeonato Mundial de Tiro com Arco (2023); ouro, prata e bronze para Wendel Belarmino e técnico Marcus Lima, na natação (Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020); ouro para as atletas Natália Mayara e Rejane Candida e técnico Wanderson Araújo, na modalidade tênis em cadeira de rodas; prata para Ariosvaldo Fernandes e técnico Dênis Giganti no atletismo (Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015) e ainda, o título de campeã da chave Júnior para a atleta Jade Lanai e técnico Vinícius Ciryllo, no US Open 2022.

Complexo Esportivo Enap

As instalações do complexo englobam 17 modalidades esportivas, sendo 12 paralímpicas (atletismo, bocha, goalball, halterofilismo, judô, natação, parabadminton, tênis em cadeira de rodas, tênis de mesa, tiro com arco, vôlei sentado e rugby em cadeira de rodas).

A revitalização soma três quadras profissionais de tênis, que já foram testadas e aprovadas por atletas dessa modalidade e que já a usam visando o preparo para os Jogos Parapan-Americanos. O local também conta com duas quadras de areia para beach tennis, futevôlei, vôlei e um campo de futebol society. Além disso, o complexo oferece academia de musculação, fundamental para a preparação física, fortalecimento, prevenção de lesão, como também rotina de treino desses atletas. A academia possui mais de 40 equipamentos e professores à disposição para auxiliar quem precisa, treinamento funcional e aulas de alongamento. Em breve, a piscina semiolímpica também será reinaugurada.

A trajetória de outros atletas que passaram pela Enap

Wendel Soares (45), não estará em Santiago, mas treina no Complexo Esportivo da Enap há 27 anos. O atleta compete nas modalidades de atletismo na cadeira de rodas e tiro com arco, é o atual campeão brasileiro de 5 mil metros, invicto no Brasil por muitos anos. Wendel conta que o espaço da Enap é especial porque, sobretudo, atende em um único lugar todas as necessidades dos esportistas. “O local é múltiplo e oferece diferentes atividades, como de força e resistência, feitos na academia, fisioterapia e a própria prática das modalidades. Além disso, agrega muito valor para a pessoa PcD – pois é com a parceria entre Enap e Cetefe que saímos da inércia, conhecemos o esporte e recebemos aconselhamentos”, revela.

Saiba mais

Desde 2007, os atletas brasileiros não conhecem outro resultado que não seja o primeiro lugar no quadro geral de medalhas. Foi assim no Rio 2007, em Guadalajara 2011, Toronto 2015 e Lima 2019.

Nesse último, o Brasil entrou para história com recorde de conquistas. A delegação brasileira chegou à inédita marca de 308 medalhas, entre as quais 124 de ouro, 99 de prata e 85 de bronze. Nunca nenhum país somou tantas vitórias em uma única edição de Parapan.