Vencedor no CNJ Inova identifica e corrige inconsistências de dados em processos judiciais

O desafio era solucionar inconsistências de dados nos tribunais. E a Equipe FaxinaJud foi a grande vencedora na categoria Desafio 2 do CNJ Inova, um ciclo de inovação colaborativa promovido pela Enap e Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A fase final da jornada aconteceu no último dia 28 de novembro com a apresentação dos seis finalistas. O Desafio 1 com o tema Tempo e Produtividade foi vencido pela solução EITA!.

Profissionais de áreas multidisciplinares participaram do desafio com o objetivo de desenvolver soluções inovadoras, descentralizadas e disruptivas que beneficiarão toda a sociedade. Coube à equipe da FaxinaJud responder à seguinte questão: como identificar e corrigir na base do DataJud as inconsistências nos metadados dos processos em tramitação dos sistemas nos tribunais? 

“O CNJ Inova é uma excelente ideia e oportunidade para aprimorar os dados do judiciário e, com isso, a prestação jurisdicional. Ficamos muito felizes por ter participado e acreditamos que o DataJud é mesmo uma revolução para a abertura de dados do judiciário”, afirma Julio Trecenti, um dos quatro integrantes da equipe vencedora. 

Estatístico e doutorando em estatística pelo Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP), Julio explica que o FaxinaJud identifica automaticamente os principais problemas nos dados provenientes do Datajud. É possível, por exemplo, identificar quando um número de processo está mal formatado ou quando uma data de movimentação está incorreta ou incoerente. A ferramenta permite que diferentes agentes do poder judiciário adicionem correções manuais e sugere algumas correções automáticas, que podem ser incorporadas na base bruta para gerar informações mais acuradas. 

Equipe multidisciplinar

Também fazem parte da equipe André Assumpção, pós-doutorando na Harvard Kennedy School e com vasta experiência em transparência, corrupção e aplicação de técnicas de processamento de linguagem natural aplicadas ao direito e à economia; Bruno Daleffi, estatístico e mestrando pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) em inteligência artificial e Caio Lente, cientista da computação e mestrando em ciências da computação pelo IME-USP.

Para o diretor do Departamento de Tecnologia da Informação e Comunicação do CNJ, Thiago Vieira, que integrou a banca de avaliadores do CNJ Inova, mais importante do que a competição em si, é inovar no âmbito do Judiciário sem a necessidade de participação exclusiva da máquina pública, do CNJ e dos tribunais. “A participação da sociedade é o único caminho para a gente trazer soluções, para sairmos da zona de conforto, para encontrar novas possibilidades que garantam mais celeridade e efetividade na prestação jurisdicional”, afirma Vieira.

Em relação ao Desafio 2, o diretor avalia que corrigir as inconsistências dos metadados no DataJud é uma atividade que exige atenção diária, quase que exclusiva, um trabalho que nunca termina, porque o dado precisa estar mais bem estruturado e melhorado para que se possa efetivamente cumprir a missão de prover políticas para o Judiciário. Dentro dessa linha, a banca avaliou que as três soluções apresentadas foram criativas em atacar o problema na origem, no âmbito do tribunal e do CNJ. “A FaxinaJud é a que tem maior capacidade de portabilidade, evolução, implantação e desenvolvimento colaborativo, que é uma coisa que o CNJ leva muito em conta”, informa o diretor. 

Aqui você acompanha a live com a apresentação das seis propostas finalistas do CNJ Inova. E assiste ainda a palestra de Dado Schneider, “O mundo mudou bem na minha vez”.

Sobre os Desafios CNJ Inova

A maratona contou com 552 participantes.Foram formadas 47 equipes para o Desafio 1 e 22 equipes para o Desafio 2. Na primeira fase, foram classificadas seis equipes. Em todas as etapas da jornada os participantes receberam apoio, mentorias específicas para auxiliar na elaboração de seus projetos.

A premiação total é de R$ de 200 mil. Os seis projetos selecionados receberão R$ 20 mil cada. As duas equipes vencedoras receberão mais R$ 40 mil.

A realização foi do Conselho Nacional de Justiça, com a parceria da Enap. Participaram da jornada o Lab Griô e a empresa Shawee, que tem experiência na organização de hackatons. 

Com uma ano de existência, a plataforma de desafios da Enap já realizou 12 desafios em parceria com diferentes órgãos da administração pública, envolvendo mais de 2 mil pessoas nos projetos de inovação aberta lançados em 2020.

Veja todas as informações, inclusive pontuação das equipes finalistas, em gov.br/desafios.