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Esportistas do DF que participaram das paraolímpiadas de Tóquio e são vinculados a Cetefe receberam homenagens no evento especial

Os jogos paralímpicos de Tóquio trouxeram ao Brasil 72 medalhas. Durante 13 dias atletas do mundo inteiro disputaram 22 modalidades no Japão. Na luta pelo pódio, atletas e técnicos que moram e treinam na capital também participaram das disputas e foram homenageados em uma cerimônia na manhã desta quinta-feira (30/09). O reconhecimento foi promovido pela Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe) e pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), instituições que deram apoio aos atletas na preparação para o caminho paralímpico.

Exemplos de determinação e superação, os atletas e técnicos do DF se destacaram em quatro modalidades: o goalball, a natação, o tiro com arco e o tênis em cadeira de rodas. Confira os homenageados:

  • Wendell Belarmino (Atleta - Natação)
  • Marcus Lima (Técnico - Natação)
  • Jéssica Vitorino (Atleta - Goalball)
  • Kátia Aparecida (Atleta - Goalball)
  • Rejane Candida (Atleta - Tiro com Arco)
  • André Xavier (Técnico - Tiro com Arco)
  • Márcia Benetti (Fisioterapeuta - Tiro com Arco)
  • Vinicius Cyrillo (Técnico - Tênis em Cadeira de Rodas)
  • Gabriel Goulart do Goalball (Técnico - não esteve nos Jogos Paralímpicos mas é o responsável pelo treinamento das meninas do Goalball)

Nathália Cavalcanti de Araújo, Gestora Técnica e Social da associação, iniciou as homenagens destacando as conquistas de cada um dos atletas que tem como principal associação a Cetefe. A homenagem surgiu através da necessidade de compartilhar a conquista da vaga e participação nos jogos de Tóquio. “É um momento muito importante tanto para os atletas e técnicos como para todos que fizeram e fazem parte da história e conquistas diárias deles para chegar ao evento mais importante do esporte que é uma paralimpíada. Aqui na Enap foram formadas muitas parcerias essenciais que proporcionam a muitas pessoas conhecer esportes que nem sabiam que existiam”, explicou a gestora.

Rômulo Junio Soares, Presidente da Cetefe, se emocionou ao fazer o reconhecimento dos atletas que acompanhou por tanto tempo na busca pela superação paralímpica. “Cada um dos atletas, técnicos, fisioterapeutas que foram para Tóquio representaram com maestria o Brasil. Hoje quero agradecer o esforço que todos tiveram em representar o nosso país. Eu, como atleta, conheço e reconheço o esforço feito por eles. Essa parceria com a Enap tem rendido frutos maravilhosos e mudado a vida de muita gente”, concluiu, orgulhoso da equipe que representou a escola.

A diretora de inovação da Enap, Bruna Santos,participou da homenagem. “Eu sempre digo que inovação se faz com times e não apenas tecnologia e vocês são a máxima representação disso. É um prazer para a Enap disponibilizar nosso espaço, que é público, para esses atletas que são a personificação da diligência, liderança e a verdadeira representação de uma comunidade e trabalho em equipe”.

Homenagem aos atletas

Destaque para a natação

O atleta Wendell Belarmino foi um dos grandes destaques dos jogos. O nadador paralímpico, morador de Sobradinho, trouxe para a capital três medalhas, uma de ouro (50m livre S11), uma de prata (4x100 m medley 49 pts) e uma de bronze (100m borboleta S11). Foi a primeira vez que o atleta que nasceu com glaucoma congênito competiu nas Paralimpíadas. Wendell treina com o professor Marcus, parceiro da Cetefe, através do Centro de Referência Paralímpico Brasileiro(CPB).

Após as vitórias na competição, o atleta de 23 anos está feliz com o reconhecimento dos marcos alcançados no esporte. “A repercussão foi bem grande e agora fica até meio difícil com a quantidade de compromissos, mas é bem legal saber que isso é fruto das pessoas conhecerem mais esta modalidade e saber que o esporte paralímpico tá crescendo. Antes o esporte era visto apenas como uma forma de reabilitação. Hoje somos realmente vistos como atletas de alto nível. É muito bom estar fazendo parte disso, com essa repercussão bem positiva”, conta o nadador.

Nadador Wendell Berlamino.

Goalball

As atletas brasilienses Jéssica Vitorino e Kátia Aparecida fazem parte da equipe do goalball, a única modalidade paralímpica que não é adaptada, foi desenvolvida exclusivamente para pessoas com deficiência visual. As brasileiras chegaram à disputa do bronze, mas o Japão ficou com a medalha, ao fechar 6 a 1. As duas treinam com o professor da Cetefe no Centro Olímpico e Paralímpico (COP) de São Sebastião.

“Ir a uma paralimpíada realmente é muito importante pois é a premiação do esforço, luta e superação realizados ao longo de anos. No caso do goalball, como um esporte dinâmico, é também a oportunidade de ser cada vez mais conhecido no mundo todo. Estou realmente muito feliz e agradeço a homenagem de hoje”, explica a atleta de 28 anos, Jessica Vitorino.

Atleta do Goalball Jessica Vitorino

No programa desde 1976, nos jogos em Montreal (foi esporte de demonstração em Munique no ano de 1972), o goalball é uma das modalidades paralímpicas que mais cresce no Brasil. É um esporte baseado nas percepções tátil e auditiva, por isso não pode haver barulho no ginásio durante a partida, exceto no momento entre o gol e o reinício do jogo e nas paradas oficiais. Os atletas são classificados em B1 (cegos totais ou com percepção de luz, mas sem reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância), B2 (com percepção de vultos) e B3 (que conseguem definir imagens), mas todos competem juntos e jogam com vendas.

A atleta Kátia Aparecida conta que o esporte mudou totalmente sua vida e a ajudou a superar a depressão. Ela perdeu a visão aos 14 anos e diz que o goalball alterou sua perspectiva de mundo. “Eu não nasci cega e acho que isso dificultou muito a minha própria aceitação do que iria fazer com o futuro. Tive a oportunidade de conhecer o goalball aqui na Enap e com ele renasci aos 20 anos. Minha evolução foi rápida e após um ano treinando, em 2016, fui convidada para me tornar profissional. Ter ido a Tóquio foi uma experiência única, foi a minha primeira viagem e competição internacional, mal posso esperar por Paris em 2024”, conta animada.

Atualmente a seleção feminina é a terceira do mundo, atrás de Turquia e China (a quem venceu em Tóquio-2020). Depois da prata no Parapan de Guadalajara em 2011, tem os ouros Toronto em 2015 e Lima em 2019, mais um bronze do Mundial da Suécia em 2018 (que valeu a vaga nos Jogos Paralímpicos).

Atleta do Goalball Katia Aparecida

Tiro com Arco

Foi a primeira vez que Rejane Cândida disputou os Jogos Paralímpicos no tiro com arco. Ela entrou na modalidade em setembro de 2020, após deixar o tênis. A arqueira encarou a britânica Victoria Rumary pelas oitavas de final e perdeu por 115 a 107. A atleta treina com André Xavier, professor da Cetefe, no Clube do Exército.

“Tenho muita gratidão por tudo o que está acontecendo. Essa não é a minha primeira paralimpíada, mas é sempre único. Fui atleta da seleção do tênis em cadeira de rodas por 15 anos, mas em 2019 tive que passar por uma cirurgia na coluna e isso alterou meus planos. Tóquio foi muito especial pra mim porque estou neste esporte há apenas um ano e, apesar do pouco tempo, consegui a vaga para os jogos, foi algo milagroso. Agora o objetivo é me preparar cada vez mais para a próxima paralimpíada”, conta a atleta que fez até uma tatuagem no braço com o símbolo da competição em Tóquio.

As regras do tiro com arco paralímpico são as mesmas do esporte olímpico. Os participantes têm como objetivo acertar as flechas o mais perto possível do centro do alvo, que fica colocado a uma distância de 70m e tem 1,22m de diâmetro, formado por 10 círculos concêntricos. O mais externo vale um ponto, e o central, dez. Quanto mais próxima do círculo central estiver a flecha, maior a pontuação obtida.

Rejane Cândida, atleta do tiro com arco.

A CETEFE

Com objetivo de promover assistência gratuita, contínua e planejada às pessoas com deficiência, cuidadores e seu núcleo familiar, a Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe) foi fundada em Brasília em 1990 pelo professor Dr. Ulisses de Araújo. Sendo constituída de natureza de assistência social, sem fins lucrativos, com reconhecimento Público Federal / Distrital de Utilidade Pública e Assistência Social, a Cetefe ajuda os atletas através de assistência social, orientação psicológica, atividade de reabilitação, atividade física e no esporte com toda a estrutura necessária, sendo utilizado o espaço físico disponível na Enap ou em outros locais, através de parcerias (técnico, material esportivo, fisioterapia, academia e reabilitação).

A ENAP

A Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), fundação vinculada ao Ministério da Economia, tem como missão desenvolver competências de servidores públicos para aumentar a capacidade de governo na gestão das políticas públicas.

A Escola nasceu com a promessa de transformar a cultura e o modelo mental de cada agente público, com a missão de formar e desenvolver pessoas capazes de inovar, alcançar resultados e servir à sociedade.​

 

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