A Diretoria de Inovação (Gnova), da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), utilizou suas metodologias, tecnologias e expertise para auxiliar profissionais do Ministério das Mulheres a iniciar a construção do planejamento estratégico do órgão, em quatro oficinas realizadas entre junho(29) e julho (6, 10 e 12).
A GNova aplicou o serviço “carteira de iniciativas de projetos” para levantar as frentes estratégicas do ministério e propor uma estrutura de organização. “Nesta ação, utilizamos o canvas de projeto para esta estruturação: mapeamos entregas, ações, responsáveis, dentre outros pontos. Em média 30 pessoas participaram em cada oficina”, explica Amanda Magalhaes, responsável da GNova por gerenciar o projeto.
Os programas do PPA 2024-2027, definidos por meio do processo colaborativo liderado pela Secretaria Nacional de Planejamento, do Ministério do Planejamento e Orçamento (Seplan/MPO) em parceria com a Enap, foram considerados um dos pontos de partida para a metodologia proposta.
O principal resultado prático das oficinas foi entregar para o Ministério suas principais frentes de atuação organizadas e sistematizadas. “Além disso, conseguimos mapear as ações que já estão em execução e priorizar aquelas a serem executadas neste ano, no próximo ou nos anos posteriores. Criamos, então, um mapa de calor com a organização temporal das ações”, destacou Amanda.
O público das oficinas foi dividido de acordo com as atribuições das profissionais na construção e execução do planejamento estratégico da pasta e envolveu também secretárias e diretoras do Ministério das Mulheres.
Um dos desafios identificados ao longo do projeto foi a transversalidade dos temas trabalhados pela pasta e a capilaridade das iniciativas nos estados e municípios, cujas realidades são sobremaneira distintas. Além disso, a abordagem de temas sensíveis, como a equidade de gênero e raça no serviço público, também permearam as discussões ao longo das oficinas.
O processo colaborativo também permitiu que as participantes tivessem a oportunidade de aprender a qualificarem as frentes de atuação executadas pelo Ministério, por meio da formulação da proposta de valor, que permite melhor comunicação e sensibilização dos projetos para receber prioridade dentro do governo, além de recursos.
Para Vanessa Menegueti, cofundadora do Instituto de Governo Aberto, as oficinas foram fundamentais para a visualização das demandas, definição de prioridades e organização das ideias de forma a encaixar as ações no tempo e recursos humanos e orçamentários necessários para a execução. “O trabalho foi intenso e desafiador porque o ministério é novo, as participantes são de muitas regiões do país e vem de uma história de luta com muita vontade e demandas para reconstrução de toda uma política que foi negligenciada nos últimos anos”, disse.
As participantes construíram canvas (quadros visuais) com os objetivos específicos identificados para cada um dos três programas escolhidos pelo Ministério das Mulheres para esse trabalho. “Cada objetivo específico era um universo com política específica, suas entregas e demandas, medidas institucionais e indicadores, por isso, a construção de quadros de aprofundamento. Essa foi a principal entrega e, agora, a expectativa é que elas olhem os quadros, amadureçam, destrinchem, retirem, incluam, indiquem os responsáveis”, explicou.
A expectativa é que, após aprenderem a técnica de planejamento, experimentarem o processo colaborativo e refletirem sobre a importância da coletividade nesta construção ocorra o aprofundamento e o exercício da metodologia para se organizarem em torno do trabalho a ser feito nos próximos anos.