Estado e setor privado devem se unir para combater o déficit de aprendizagem de alunos de escola pública gerado após a pandemia de covid-19. A conclusão é da Fundação Lemann, organização de filantropia familiar que atua nas áreas de educação e liderança. Isso porque cerca de 70% dos estudantes não aprenderam português de modo adequado. Esse número sobe para 82% em relação à matemática. Os alunos têm dificuldades para interpretar e responder questões.
“O desafio agora é pensar de forma inovadora e envolver os atores para trabalharem de forma coordenada, inovadora e tecnológica”, explicou Natasha Macedo, representante da Fundação Lemann. Durante a Semana de Inovação 2022 ela apresentou o programa Impulsionar, que conecta escolas públicas à tecnologia e ajuda a criar um modelo pedagógico inovador, como uma das soluções possíveis para melhorar a qualidade do ensino.
No programa foram mapeadas várias experiências e chegaram à conclusão que várias colocavam o professor no centro do ensino. “No entanto, na pandemia, o aluno teve de treinar um novo papel: que era esse de ser um agente de mudança”, explicou Natasha. Nesse novo panorama, a Fundação defende a parceria com uma aceleradora de negócios de impacto e um quadro de especialistas e práticas pedagógicas inovadoras. “Além disso, é preciso juntar a educação, governo e até ecossistema de startups”, ponderou. Para acelerar, o projeto Impulsionar oferece assessoria jurídica para ajudar os empreendedores a entender os processos de compras públicas e ajudar startups a criar uma trilha de negócio.
“Foi a partir dessas duas frentes que a gente conseguiu este ano, de maneira inédita, usar na educação o marco legal das startups, o que foi um golaço”, comemorou Natasha.
Segundo ela, um dos desafios mais graves é a falta de infraestrutura das escolas públicas, o que dificulta a implementação de qualquer solução digital. “Hoje, 80% das escolas possuem acesso à internet, mas somente 5% delas possui a internet para uso pedagógico”, explicou. “Isso significa que se a plataforma não utiliza dados off-line, ela não vai funcionar na escola pública. E esses critérios de avaliação muitas vezes são desconsiderados no processo de compra”, afirmou a palestrante.
Sobre a Semana de Inovação
A Semana de Inovação tem como objetivo reunir os principais especialistas do setor para promover debates e troca de experiências sobre iniciativas de uso de tecnologias, metodologias e processos para melhorar o serviço público brasileiro. É um evento que tem como realizadores: Escola Nacional de Administração Pública (Enap), Tribunal de Contas da União (TCU), Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e Ministério da Economia. Além da correalização do Ministério da Saúde, do SUS, do Ministério da Educação, da Funasa, do Inep, da Fundação Joaquim Nabuco e da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI).
Em 2022 o evento chega à 8ª edição. Com o tema “Tempo de criar”, a Semana de Inovação 2022 acontece entre 8 e 10 de agosto em formato híbrido, on-line e presencial em Brasília, no Rio de Janeiro e em Recife. Dataprev, Serpro, Adaps, Sebrae, BID, Cateno, 99, Gringo, Microsoft, Nic.Br, CGI.Br e Zoom já são patrocinadores desta jornada! Além do apoio da República, ABDI, Eldorado, Museu de Arte do Rio, Wylinka, IFood, Catálise, Instituto Unibanco, Lab Griô e Porto Digital.