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Desafios em dados e inteligência artificial buscam soluções na sociedade

 

A maratona de dados e inteligência artificial, promovida pela Enap e pelo Conselho Nacional de Justiça, está em andamento desde 9 de outubro. Foram mais de 500 inscritos de todos os estados do Brasil. São 66 equipes, que tiveram palestras sobre detalhamentos dos problemas enfrentados pelo CNJ e mentorias sobre os dados do DataJud. Já houve 263 horários disponibilizadas para mentorias nas áreas jurídica, ciência de dados, ideação, identificação de problema, validação e design. As equipes seguem trabalhando até 6 de novembro, data em que serão divulgados os seis projetos classificados. A demonstração dos projetos e a divulgação dos dois grandes vencedores será dia 19 de novembro.

 

Assista o evento que marcou a abertura do CNJ Inova

Maratona terá 40 dias com aprendizado, desenvolvimento de soluções e prêmios 

Ana Aguiar,  juíza auxiliar da presidência do CNJ, esclarece que o objetivo do CNJ Inova é aprimorar o uso de diagnósticos possíveis a partir do DataJud, que é uma base de dados nacional centralizada no CNJ, que recebe dados detalhados dos processos judiciais de todo o país. A ideia é que a maratona possibilite ganhos na gestão judiciária, como indicadores de desempenho mais precisos, identificação de gargalos no andamento dos processos, panoramas completos de diversos temas como execução fiscal e violência doméstica, por exemplo. “Ou seja, o Datajud vai nos proporcionar uma visão de sistema de justiça que atualmente não temos”, afirma a juíza. 

Para que o objetivo seja alcançado o CNJ lançou dois desafios relacionados à base do DataJud:

Tempo e produtividade – os participantes do CNJ Inova trabalharão para, a partir da base do DataJud, identificar padrões e comparar  o andamento de processos em cada unidade judiciária do Brasil, levando em consideração as peculiaridades locais e o nível de complexidade, em razão da competência e da matéria do Direito.

Inconsistência de dados nos sistemas dos tribunais – como identificar e corrigir na base do DataJud as inconsistências nos metadados dos processos em tramitação nos sistemas dos tribunais. 

Os projetos são desenvolvidos de forma totalmente online e contam com a ajuda de especialistas em diversas áreas. Ana Aguiar destaca que “a contribuição de cada um e de cada equipe é essencial para darmos um salto de qualidade nos dados produzidos pelo Poder Judiciário”.

Para Rubens Canuto, conselheiro do CNJ, os desafios marcam uma era de abertura do Judiciário para os interesses da sociedade. “A sociedade precisa ter conhecimento da eficiência e do trabalho que é desenvolvido pelo Poder Judiciário. Por isso buscamos nos experts da área de TI conhecimento específico e desenvolvimento de ferramentas que nos auxiliem. Queremos trazer para o Judiciário aqueles que podem contribuir”.

Os seis projetos selecionados receberão 20 mil reais. E as duas equipes vencedoras receberão mais 40 mil cada. 

 

Inovação aberta e prêmios para resolver problemas do estado brasileiro 

Desde novembro de 2019, quando foi lançada, a plataforma Desafios, da Enap, mobilizou a sociedade para construir propostas inovadoras em várias áreas do setor público (confira em gov.br/desafios). E a tradição de conseguir incentivar a inovação através de prêmios vem de longe, segundo Diogo Costa, presidente da Enap. Ele exemplifica que o governo britânico, ainda no século XVIII, iniciou uma série de prêmios nas áreas da navegação e aviação. “Nosso Santos Dumont estava concorrendo a um prêmio do aeroclube francês [em 1906, com o 14-BIS]. Os Estados Unidos já premiaram mais de mil desafios. Esta tradição faltava no Brasil, especialmente na época atual, em que as grandes evoluções não estão mais nos transportes, mas na ciência de dados e comunicações, que é nossa frente de ação”, destaca Costa.

Sobre o CNJ Inova, Diogo Costa afirmou que é uma honra para a Enap ter a confiança do Judiciário para acomodar tamanho desafio. “O CNJ já tem se mostrado inovador e vanguardista em trabalhar com dados. Nossa justiça tem oportunidade de se tornar mais produtiva exatamente por uma melhor compreensão e trabalho com um grande volume de dados. E uma ferramenta de inovação aberta pode resolver problemas muito reais e concretos, com soluções que podem vir de vários lugares”, afirma.

 

Conheça as próximas datas do CNJ Inova

A plataforma Discord foi a escolhida como ambiente de interação das equipes. A Lab Griô é a empresa de comunicação responsável pela organização do evento e a Shawee é a empresa que conduz os participantes na jornada de inovação. 

De 13 a 21 de outubro – equipes recebem mentorias por demanda em desenvolvimento e dados, orientação sobre a submissão de propostas e são acompanhadas em sua evolução. 

De 22 a 31 de outubro - Avaliação do código por membros da Comissão Avaliadora Técnica

6 de novembro - Publicação da classificação das equipes finalistas

De 7 a 15 de novembro – participantes recebem mentorias especializadas sobre como organizar seus pitches para apresentação final

19 de novembro – Apresentação das seis propostas classificadas e divulgação das duas equipes vencedoras (uma em cada desafio do CNJ Inova).