Barcos ao mar! Começaram as aulas da primeira turma do Coding Bootcamp, curso de programação para não programadores.
“Recebemos e acolhemos esses estudantes com alegria”, explica Rodrigo Torres, diretor de Educação Executiva da Enap.. “Primeiro porque a Enap trabalhou mais de um ano na preparação do curso; e segundo porque esses 40 alunos passaram por um processo seletivo exigente, onde tiveram que demonstrar habilidades e competências para comprovar o perfil e aspectos comportamentais necessários para ingressar no curso”, conta. As aulas começaram dia 10 de agosto.
A metodologia pedagógica do curso é da LeWagon. Segundo Mathieu Le Roux, cofundador da empresa no Brasil e na América Latina, o serviço público está impactado pela onda do software. Ele explica que o objetivo é dar aos alunos condições de entender a tecnologia a fundo, prototipar um serviço, interagir com um time técnico eficaz. “O curso está conectado à construção de projetos reais, para qualquer tipo de tema/serviço. Os alunos vão trabalhar temas dos seus setores, com problema e dificuldades que enfrentam no seu cotidiano”, explica.
Depois de terminarem o curso, os alunos terão acesso vitalício aos conteúdos atualizados da plataforma e podem se conectar com profissionais do mundo todo. Com isso, poderão acompanhar a mudança das linguagens, de design e do conhecimento em tecnologia que muda rapidamente no tempo. Só no Brasil, a plataforma tem mais de 500 alunos formados.
Veja as fotos dos alunos e coordenadores do curso
Caixa de ferramentas para ciência de dados e machine learning
Da carga horária total, 40 horas serão dedicadas à ciência de dados e 80 horas para machine learning, com dois professores brasileiros que já trabalhavam com a Enap anteriormente. Alex Pereira, que coordenará a parte de ciência de dados, diz que o conteúdo será orientado para a ciência da computação, estatística e uma área de conhecimento específica, no caso, uma política ou serviço público. “Os alunos terão oportunidade para expandir a complexidade dos problemas que podem resolver”.
Segundo Erick Muzart, responsável pelo machine learning, “ensinaremos como machine learning pode resolver problemas com reconhecimento automático de padrões. Vocês (alunos) serão aplicadores, aprenderão a utilizar a caixa de ferramentas para cenários diversos”. Ou seja, dado determinado problema, quais são as técnicas mais adequadas.
Outro aspecto destacado por Erick Muzart é o da tomada de decisão. “Estamos em uma transição, onde cada vez mais se esperará auditabilidade do processo decisório. Você não pode apenas dizer: eu tenho discricionaridade e a melhor solução é essa. Você terá que explicar como tomou a decisão, com possibilidade de comprovar que optou pela melhor alternativa”. Uma forma de fazer isso é criar um modelo explícito do fenômeno para o qual a pessoa está tomando decisões. Um modelo com base em informações do passado, que permite prever como será o comportamento daquele fenômeno no futuro e que variáveis influenciam mais o resultado.
Processo seletivo teve 432 inscritos
Rodrigo Torres destacou a adesão de inscritos, que comprova a coragem e vontade das pessoas inovarem no âmbito do governo. “Tivemos 432 inscritos para a primeira turma. Desses, 105 finalizaram o desafio Ruby (que é uma das etapas do processo seletivo) e 100 finalizaram o teste de lógica”. Ele agradeceu a todos que participaram do processo.
Boa sorte aos navegantes, agora que o barco começou a navegar. E que soprem bons ventos para que o barco chegue ao destino final!