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Mesa Redonda "Economia Prateada – Desenvolvimento Regional em Territórios com População Sênior" abordou as complexidades que envolvem envelhecimento populacional

Henrique Correa

O desafio de garantir o desenvolvimento sustentável do país, considerando o rápido envelhecimento da população brasileira, foi o tema central da mesa redonda “Economia prateada – como pensar o desenvolvimento regional em territórios com população sênior”. O debate foi parte do segundo dia de programação da Semana de Inovação, promovida pela Enap, em Brasília. A mesa foi conduzida pelo diretor do Departamento de Políticas de Desenvolvimento Regional do governo, João Mendes, e contou com exposições do pesquisador aposentado do IBGE, José Eustáquio, e a professora da Universidade de Viçosa (MG), Simone Martins.

Mendes destacou a relevância do debate no âmbito da Política Nacional de Desenvolvimento Regional do governo, que tem como um dos objetivos específicos estimular o ganho de produtividade e aumento da competitividade regional, sobretudo em regiões que apresentam declínio populacional e elevadas taxas de migração – o que acaba tornando a população dessas localidades majoritariamente envelhecida e dependente de programas de transferência de renda. “Um dos nossos desafios é cuidar da população que fica, por meio de iniciativas como a economia prateada, mas também encontrar formas de ativar a economia para reter os jovens, criando ocupações, pagando melhores salários, para que eles não precisem sair de suas regiões em busca de melhores oportunidades”, afirmou Mendes.

Ele ressaltou, ainda, que o país está em plena transição demográfica e que o governo precisa se preparar para enfrentar os desafios que surgirão. “Cabe lembrar que estamos em plena transição demográfica, algo que o IBGE vem nos alertando desde 2010. A mim parece que nós do governo precisamos nos antecipar na construção de uma agenda de políticas públicas voltadas para essa questão”, disse ele. “Não podemos ser pegos despreparados, ou utilizar a justificativa de que temos uma emergência. Essa emergência [da transição demográfica], que pode impactar a previdência, por exemplo, não nasceu da noite para o dia, portanto é imperdoável que essa agenda não seja colocada de pé”, alertou ele.

A professora da Universidade de Viçosa (MG) destacou em sua fala que o Brasil já é um país envelhecido e que precisa se reconhecer como tal, avançando na criação de políticas públicas voltadas para essa parcela cada vez maior da população. “Pelos parâmetros da Organização Mundial da Saúde, já somos um país envelhecido, já que as pessoas idosas representam 14% da nossa população. Temos que nos reconhecer dessa forma, porque esse envelhecimento é uma conquista, é fruto dos avanços tecnológicos que proporcionaram uma vida melhor para todos nós”, disse Simone.

Para Eustáquio, a transição demográfica é um fenômeno fundamental para o mundo moderno e para o avanço das sociedades no século 21. “A transição demográfica é um fenômeno recente na história da humanidade, mas que é muito importante para a nossa evolução, principalmente se estiver aliado com uma política de envelhecimento saudável. Nas últimas décadas, o Brasil envelheceu, o que revela um aumento significativo na expectativa de vida das pessoas. Além disso, deixou de ser majoritariamente masculino, porque houve essa quebra de paradigma em relação às mulheres. Hoje as mulheres passaram os homens em todos os níveis educacionais e também no mercado de trabalho, o que também contribui para o desenvolvimento do país”, disse ele.

Na avaliação da professora da Universidade de Viçosa (MG), a economia prateada também é importante para ressignificar a velhice. “Precisamos, antes de qualquer coisa, ressignificar a velhice. Quando a gente pensa em um idoso, qual a visão que temos? É de alguém incapaz? Improdutivo? Essa é a visão que temos que combater”, disse ela. “É hora de inovar no enfrentamento do idadismo. É preciso investir na formulação e na gestão das políticas públicas para as pessoas idosas, na oferta de produtos e de cuidados, no trabalho em colaboração, no desenvolvimento socioeconômico. Para isso, é preciso um esforço conjunto entre governo, academia e sociedade civil”, afirmou ela.

Sobre a Semana de Inovação

A Semana de Inovação 2024 é realizada pela Enap, em parceria com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o Ministério das Mulheres e o Tribunal de Contas da União (TCU), com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e tem patrocínio de Petrobras, Itaipu Binacional, Instituto Unibanco, Microsoft, IBM/TD Synnex, Fundação Lemann, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), CGI.br, Serpro, Dataprev, Caixa e Governo Federal.

SERVIÇO:

O quê: Semana de Inovação 2024 (entrada gratuita)

Onde: Escola Nacional de Administração Pública - Enap (SPO Área Especial 2-A, Asa Sul, Brasília-DF)

Data: 29, 30 e 31 de outubro

Formato: Presencial e On-line (Apenas as atrações de palco principal serão transmitidas. As demais atividades presenciais só para os participantes in loco. A programação on-line é exclusiva para inscritos on-line)

Mais informações e inscrições:  http://semanadeinovacao.enap.gov.br

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