O projeto Enap Fronteiras e Tendências (FronTend) realizou uma live, na manhã de quarta-feira, 26/08, com o professor e pesquisador Alain Dieckhoff, sobre as transformações e os paradoxos do nacionalismo contemporâneo.
No início da live, o professor analisou as mudanças do mapa mundi: cerca de 20 novos estados foram criados nos últimos 30 anos. Isso evidencia a força do nacionalismo, não apenas com o surgimento de novos estados, mas também com os que já existem.
Alain Dieckhoff é professor Ph.D. em Sociologia Política e pesquisador no Centro de Estudos Internacionais da Sciences PO (Paris), tem sete livros publicados e, também, dezenas de artigos em revistas científicas. Além disso, desenvolveu pesquisas sobre as transformações do nacionalismo contemporâneo, populismo e sobre relações entre política e religião.
Por ser diretamente ligado à criação de estados, o nacionalismo ainda é muito presente atualmente e está distante de um fim. "Contanto que tenhamos essa ideia de soberania das pessoas, que em minha opinião vai durar por muito tempo, teremos estados e teremos nacionalismo", ressalta o professor.
Um dos exemplos citados na apresentação que ilustra a continuidade do nacionalismo é a diáspora. Atualmente, o número de cidadãos vivendo fora de seus países é grande. Este processo acaba criando algo chamado de nacionalismo à longa distância, ou seja, pessoas que apoiam a sua nação vivendo fora dela.
Repensando o mundo
O pesquisador trouxe também uma inquietação aos executivos participantes da live ao advertir sobre a importância dos que trabalham com políticas públicas estarem preparados para as mudanças que acontecem no mundo, causadas pela globalização.
Afirmou ainda que, por mais que a sociedade se transforme, "o nacionalismo é como uma fênix da antiguidade, está sempre renascendo das cinzas”.
Após as explicações, que duraram cerca de 30 minutos, foi aberto um espaço para perguntas dos participantes. Eles tiraram dúvidas sobre a relação da Covid-19 e do marketing com o nacionalismo.