Imagine uma economia onde o dinheiro não é apenas uma ferramenta de troca, mas também um instrumento de inclusão social e desenvolvimento local. Foi sobre essas ideias que a palestra "Moedas Sociais: bancos que você não conhecia e como eles estão transformando as cidades do Brasil" buscou refletir. O evento foi parte da programação do segundo dia da Semana de Inovação, promovido pela Enap, em Brasília. O debate trouxe histórias inspiradoras e mostrou o impacto transformador dos bancos comunitários no Brasil.
Participaram da palestra a Diretora Financeira do Banco Mumbuca, Natalia Sciammarella, e o criador e diretor do Banco Palmas, primeiro banco comunitário do país e autor do livro "As Moedas Sociais do Brasil”, Joaquim de Melo Neto. As intervenções discutiram como os 11 bancos comunitários do Brasil não só movimentaram R$ 2,5 bilhões no ano passado, mas também têm sido cruciais para o fortalecimento da economia local, fomentando fornecedores e empreendedores locais.
"Um senhor nos procurou precisando de um empréstimo de R$ 9 mil para fazer uma cirurgia nos olhos. Ele era aposentado e tinha renda, mas os bancos tradicionais não deram o dinheiro a ele devido à idade, já que ele tinha 75 anos. Emprestamos esse dinheiro a juro zero e hoje ele enxerga. Essa é a diferença. Enxergamos as pessoas como pessoas e não como números", disse Natalia.
O impacto das moedas sociais vai além do atendimento individual. Melo Neto, uma das figuras mais influentes no movimento de bancos comunitários no Brasil, destacou como essa estratégia é essencial para a distribuição de renda e o enfrentamento à desigualdade social. "Quando um prefeito faz o pagamento de salários em moeda social, ele garante que esses recursos sejam reinvestidos na economia local, fomentando essa economia e assegurando o desenvolvimento do comércio, a geração de empregos e todo um círculo virtuoso que deriva daí", declarou.
A importância das micro e pequenas empresas, que são responsáveis por mais de 70% dos empregos no Brasil, também foi ressaltada na palestra. Os bancos comunitários desempenham um papel crucial ao fornecer crédito e apoio a esses pequenos negócios, que muitas vezes são a espinha dorsal das comunidades locais. Ao apoiar esses empreendedores, os bancos comunitários ajudam a criar empregos, melhorar a qualidade de vida e construir uma economia resiliente.
“Em um mundo onde a inclusão financeira e o desenvolvimento sustentável são cada vez mais essenciais, as moedas sociais e os bancos comunitários representam uma abordagem inovadora e eficaz para enfrentar desafios econômicos e sociais”, declarou a mediadora da palestra, Poliana Oliveira, que é coordenadora-geral de planejamento de comunicação social do Ministério da Saúde.
Sobre a Semana de Inovação
A Semana de Inovação 2024 é realizada pela Enap, em parceria com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o Ministério das Mulheres e o Tribunal de Contas da União (TCU), com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e tem patrocínio de Petrobras, Itaipu Binacional, Instituto Unibanco, Microsoft, IBM/TD Synnex, Fundação Lemann, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), CGI.br, Serpro, Dataprev, Caixa e Governo Federal.
SERVIÇO:
O quê: Semana de Inovação 2024 (entrada gratuita)
Onde: Escola Nacional de Administração Pública - Enap (SPO Área Especial 2-A, Asa Sul, Brasília-DF)
Data: 29, 30 e 31 de outubro
Formato: Presencial e On-line (Apenas as atrações de palco principal serão transmitidas. As demais atividades presenciais só para os participantes in loco. A programação on-line é exclusiva para inscritos on-line)
Mais informações e inscrições: http://semanadeinovacao.enap.gov.br
Saiba todas as novidades da SI nas nossas redes: Instagram e LinkedIn