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Afirmação é de especialistas na área e se baseia no compartilhamento de valores humanos universais

Pesquisa da Universidade de Stanford mostrou que 43% dos profissionais que ocupam cargos de liderança têm como maior preocupação lidar com conflitos no ambiente organizacional. Em outro estudo, conduzido pela Harvard Business Review, 98% dos entrevistados disseram que são impactados por comportamentos rudes no trabalho, pelo menos uma vez por semana. Constatações como essas deixam algumas perguntas no ar. Uma delas é: o que faz com que os ambientes de trabalho sejam apropriados para as pessoas se sentirem mais engajadas?

Entre as possibilidades de resposta, está o compartilhamento de valores humanos universais, como respeito, aceitação, participação, realização, senso de utilidade. É isso que defende a comunicação não violenta, área de atuação que compreende as habilidades de falar e ouvir, possibilitando a conexão entre indivíduos. O assunto foi tema do Fronteiras e Tendências (FronTend) do dia 19 de agosto e teve como palestrantes Yuri Haasz e Sandra Caselato, especialistas na área. 

De acordo com a comunicação não violenta, esses princípios comuns permitem que as pessoas se conectem, reduzindo os altos custos dos conflitos nas organizações, criando mais cooperação e engajamento entre as equipes. Nesse contexto, a empatia é um elemento muito importante no ambiente de trabalho. “Pesquisas mostram que, quando uma pessoa está em um ambiente onde suas necessidades universais são atendidas, ela consegue expandir e praticar seu melhor potencial”, ressaltou  Haaz. 

A comunicação não violenta também sugere uma mudança de olhar em relação às situações: à vida, ao mundo e aos próprios conflitos. Um bom exemplo de transformação citado pelos palestrantes é a diferença entre o jogo de tênis e o frescobol. Nos dois esportes, são dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Contudo, a diferença essencial entre as duas práticas é que no tênis o objetivo é arremessar a bola de uma maneira que o adversário não consiga alcançá-la. Já no frescobol não existem adversários e o intuito é não deixar a bola cair. 

“O fundamento da comunicação não violenta é que estejamos, cada dia mais, jogando frescobol e não tênis em todas as nossas relações e nos ambientes que frequentamos”, destacou Sandra. Essa mudança significa acessar um denominador comum da humanidade compartilhada, gerando cooperação.

Liderança eficaz

Outro tema abordado no FronTend foi o desafio da liderança eficaz em instituições que adotam o formato hierárquico de trabalho. Segundo Sandra e Yuri, nesses ambientes a empatia costuma fluir muito bem entre os colegas de equipe, mas nem sempre entre gestores e subordinados. “É difícil as pessoas terem empatia pelos chefes quando não conseguem enxergá-los como humanos, e sim como rótulos. O cargo muitas vezes fica mais presente do que a pessoa”, explicou Yuri.

Nesses casos, a proposta para transformação de ambiente organizacional é a humanização das relações. “Precisa haver momentos de transparência dessa humanidade, sem que se perca a maneira em que a organização é estruturada”, complementou.

Mais informações sobre comunicação não violenta (em inglês): www.cnvc.org