A escritora Nélida Piñon, integrante da Academia Brasileira de Letras, faz parte da delegação brasileira que representará o Brasil a partir de quinta-feira, 21, na primeira Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola (CILPE2019). O encontro realizado pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) ocorre em Lisboa, Portugal, e tem como tema: “Ibero-América: uma comunidade, duas línguas pluricêntricas”.
A Conferência acolhe dezenas de oradores dos países da região, cientistas, acadêmicos, gestores públicos, empresários e artistas. A embaixadora Marcia Donner Abreu, da Secretaria de Comunicação e Cultura do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, fará parte da mesa de abertura. O secretário-geral da OEI, Mariano Jabonero dará as boas-vindas ao participantes.
A participação do Brasil na Cilpe contará também com a presença do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) INEP, Alexandre Lopes, que participará da mesa de encerramento de evento. Dentre os convidados brasileiros estão o secretário especial de Cultura do Brasil, Roberto Alvim e o presidente-substituto da Escola Nacional De Administração Pública (Enap), Paulo Marques.
A missão brasileira será acompanhada do diretor e chefe da representação da OEI no Brasil, Raphael Callou. “Essa iniciativa fortalece a comunidade dos países de língua portuguesa em várias dimensões, auxiliando na compreensão mútua e também nas perspectivas econômicas, educacionais e culturais que têm na língua um vetor importante de fortalecimento”, afirma. É o que almeja a OEI no Brasil com a perspectiva de projetos nas escolas nas áreas da fronteira do país com os países de língua espanhola, promovendo as experiências do bilinguismo, da interculturalidade e da intercompreensão linguística.
A Cilpe foi idealizada por meio do Programa Ibero-americano de Difusão da Língua Portuguesa (PIADLP), que faz parte dos eixos prioritários do Programa Plurianual 2019-2020 da OEI, aprovado pelos ministros e ministras de Educação dos países ibero-americanos, em 2018. A região que concentra cerca de 800 milhões de falantes das duas línguas.
O evento é aberto a cientistas, acadêmicos e gestores públicos, além de escritores e agentes culturais. Da Conferência resultará um Plano de Ação para a internacionalização das duas línguas. O documento será entregue aos Estados membros da OEI. O evento contará ainda com a presença do secretário-executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Francisco Ribeiro Telles; o presidente do Instituto Camões, Luís Faro Ramos; o diretor do Instituto Cervantes, Luis Garcia Montero; e o diretor do Instituto Internacional de Língua Portuguesa, Incaña Intumbo.
Durante dois dias, serão debatidos os seguintes temas:
• Espanhol e português: duas línguas do futuro: geografias, demografias, diásporas, modalidades de uso das línguas, organizações internacionais, agências de cooperação internacional e sociedade civil, geopolítica das línguas.
• Línguas e economia: potencial de internacionalização das empresas, valor das línguas e seu contributo para as indústrias culturais e economia criativa;
• Línguas e desenvolvimento de competências: ensino e aprendizagem das línguas, intercompreensão, formação de professores, modalidades de ensino, didáticas, projetos de ensino das duas línguas na região - escolas bilíngues de fronteira, na perspectiva intercultural;
• Políticas de língua para a internacionalização: mobilidade acadêmica, intercâmbio entre sistemas educativos, ciência plurilingue, repositórios científicos, tecnologias da língua, tradução e interpretação, certificação internacional, reconhecimento de título;
• Plurilinguismo, pluricentrismo e diálogos interculturais: línguas em contato, contextos de uso bilíngues e interculturais, redes de ensino das línguas e redes de cultura, de educação superior, diplomacia cultural como espaços para a difusão das línguas;
• Línguas e sociedade digital: tecnologias das línguas, processamento da linguagem natural, internet e redes sociais;
• Línguas, artes e culturas: artistas, gestores culturais, tradutores debatem sobre o lugar das artes e o valor da dimensão multicultural e da diversidade linguística.
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