A igualdade de gênero não é apenas um direito humano fundamental, mas a base necessária para a construção

de um mundo pacífico, próspero e sustentável. E embora não se aplique, na totalidade, em grande parte do mundo, não impede que os países que estejam na linha da frente no combate do problema sejam exemplo. É o que acontece com a Dinamarca – o país nórdico está na vanguarda para a equidade de gênero, sendo um dos pioneiros em legalizar o direito ao voto para as mulheres e a ter uma mulher ocupando o cargo de Ministro.

A luta por direitos igualitários é uma constante no país e floresceu com vigor a partir de 1850, tomando mais corpo a partir da década de 1970 com o movimento feminista Rødstrømper. E até hoje, a Dinamarca segue com um desejo muito forte de equidade entre os sexos. Tanto que mantem um ministério dedicado exclusivamente a tratar dos assuntos de equidade entre os sexos, o Ligestillingsministeriet.

"Creio que muitas pessoas têm essa noção de que os países desenvolvidos são um paraíso, que não possuem problemas relacionados a leis. Mas a Dinamarca, especificamente, não é assim. Em alguns locais, nós temos representação política feminina de 30%. Na verdade, 29 por cento, o que se encontra abaixo da média", aponta Lea Friedberg, membro do conselho do Kvinfo – Centro Dinamarquês para Informação sobre Gênero, Igualdade e Etnia.

Friedberg diz que apesar da Dinamarca ter uma trajetória muito bonita de lutas e conquistas na promoção de equidade e diversidade de gênero, ainda existe dificuldades de continuar o debate sobre o tema. "Nos anos recentes, creio que começamos a acreditar que a igualdade está garantida. Nós temos essa noção de que já atingimos a equidade. O que torna muito difícil continuar o debate e as conversas sobre como ganhamos mais sucesso em relação a equidade de gênero e diversidade", alerta.

Lea veio ao Brasil para participar do Seminário Internacional Equidade de Gênero: Representação Política de Mulheres - Diálogo Países Nórdicos, Brasil e América Latina, promovido pela Enap, Onu Mulheres, Clacso, Flacso, Eurosocial e Embaixadas dos Países Nórdicos, que fomentou debates questionando as formas como a cultura patriarcal opera a equidade de gênero na política, os desafios para as mulheres nos parlamentos, e como chegar a cidades 50-50 até 2030.



ODS 5 e Agenda 2030: Igualdade de gênero - Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas

O esforço de alcance do ODS 5 é transversal à toda Agenda 2030 e reflete a crescente evidência de que a igualdade de gênero tem efeitos multiplicadores no desenvolvimento sustentável.

Muitos avanços em termos de assegurar melhores condições de vida a mulheres e meninas são um importante legado dos ODM. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável visam intensificar estas realizações, não apenas nas áreas de saúde, educação e trabalho, mas especialmente no combate às discriminações e violências baseadas no gênero e na promoção do empoderamento de mulheres e meninas para que possam atuar enfaticamente na promoção do desenvolvimento sustentável, por meio da participação na política, na economia, e em diversas áreas de tomada de decisão.

O desenvolvimento sustentável não será alcançado se as barreiras tangíveis e intangíveis que impedem o pleno desenvolvimento e exercício das capacidades de metade da população não forem eliminadas.

Enap Entrevista

Trata-se de uma série de entrevistas em vídeo com líderes governamentais, acadêmicos e gestores públicos nacionais e internacionais, que fomentam o debate sobre temas diversos e relevantes para a Administração Pública. Dentre os temas abordados, já foram debatidos a construção de capacidades estatais, implementação de políticas públicas, a promoção do desenvolvimento de servidores públicos, etc.

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