O evento celebrou os cinco anos de atuação da escola

A tarde de quinta-feira, 27/08, foi de troca de ideias e busca de soluções com diversos especialistas nas áreas de gestão e de capacitação.

O primeiro encontro da Escola Nacional de Gestão Agropecuária (Enagro) aconteceu em ambiente virtual e foi transmitido ao vivo no canal do Youtube.

Especialistas debateram sobre as dificuldades na adaptação dos conteúdos de capacitação, as consequências do isolamento na saúde mental dos trabalhadores, além das dificuldades no aprendizado durante o confinamento.

O debate faz parte das comemorações de cinco anos de atuação da escola que, durante esse período, realizou mais de 27 mil capacitações.

O presidente da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), Diogo Costa, participou da mesa de abertura e fez elogios à Enagro por estar na vanguarda das tecnologias de ensino. O presidente destacou a importância da união das escolas de governo com o objetivo de oferecerem aprendizado de excelência.

Antes da primeira mesa, a Coordenadora-Geral de Desenvolvimento de Cursos da Enap, Fabiany Barbosa, falou sobre as principais dificuldades nas mudanças dos cursos de capacitação presenciais para o formato remoto e como a escola conseguiu se adaptar rapidamente à nova realidade. Além disso, explicou a eficácia do método de ensino ROPES*.

 

As mesas de debate

 A primeira mesa de debate contou com Juliana Souza (Cefor/Câmara dos Deputados), Ruth Schmitz (ELE/ALMG) e Thiago Cantalice (Enagro). Os três contaram suas experiências e dificuldades em aprender a manipular novas tecnologias para elaborar os cursos.

Juliana Souza destacou que, apesar do sucesso na produção dos cursos na Câmara, o índice de desistência dos servidores dobrou de 12% para 24%. Ela citou alguns fatores que contribuíram para esse cenário: internet de baixa qualidade, afazeres domésticos e aumento da carga de trabalho no regime home office.

 

Controlando as emoções

Inteligência emocional foi o tema da segunda mesa da tarde. A psicóloga da Enagro, Andrea Giulietti, falou sobre a carga de estresse durante o isolamento social. "O estresse que tínhamos no dia a dia foi amplificado e isso pode paralisar as pessoas pela angústia e pelo medo",  afirmou.

 A psicóloga destacou também a capacidade dos humanos em relação à "criação de emergência", ou seja, descobrir novas soluções em momentos de dificuldade.  

 A mesa contou ainda com a participação de Ricardo Horta (CNJ) e Fabiana Damásio (Fiocruz).

 

Leitura sobre inteligência emocional

Ricardo Horta aproveitou para fazer indicações bibliográficas sobre inteligência emocional. Segundo ele, os livros, mesmo sendo antigos e trazendo estudos que estão em desuso, podem ajudar a compreender um pouco melhor o momento atual:

-Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner,

-Inteligência Emocional, de Daniel Goleman,

-How Emotions Are Made, de Lisa Feldman Barret (em inglês).

 

Como deixar o conhecimento na empresa?

A terceira e última mesa do evento abordou o tema "Soluções para o além da capacitação".  A mesa foi composta por Veruska Costa (Enagro), Bryam Rodrigues (Ministério da Economia)e Luciana Barbosa (Enagro). 

Bryam apresentou inquietações sobre o mito de a capacitação ser o suficiente para resolver todos os problemas de conhecimento no trabalho e apontou soluções para a troca de aprendizado.

Veruska elucidou questões sobre o problema da "amnésia institucional" que ocorre quando servidores se aposentam e levam embora os conhecimentos adquiridos ao longo dos anos. Ela propõe que, três anos antes da aposentadoria, o servidor comece um trabalho de transferência de conhecimento para outros. Desta maneira, o aprendizado permanece nas instituições.

 

*ROPES são as iniciais, em inglês, das palavras: revisão, revisão geral, apresentação, exercícios e síntese.

 

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