o docente em Literatura Brasileira pela USP, escritor e músico, José Miguel Wisnik. Ele estará na Escola para ministrar a palestra "A terceira imagem da política". A atividade está marcada paras as 18h30 com entrada franca.
Wisnik escreveu os livros O som e o sentido – uma outra história da música, Sem receita – ensaios e canções e Veneno remédio – o futebol e o Brasil, além de ensaios para as coletâneas: Os sentidos da paixão, O olhar, Ética, Poetas que pensaram o mundo, Mutações: elogio à preguiça, Mutações: o futuro não é mais o que era e Mutações: fontes passionais da violência. Tem também quatro discos gravados. Em 2002, lançou o CD São Paulo Rio, que teve participação da cantora Elza Soares, com quem Wisnik realizou alguns shows em 2002, além de participar da direção artística de seu disco Do Cóccix até o Pescoço. Em 2003, lançou o CD Pérolas aos Poucos. Em 2011, lançou o CD duplo Indivisível, com um disco dedicado a canções acompanhadas por piano, e outro, por violão. Apresenta-se regularmente em shows no Brasil e no exterior. Desde 2005 tem realizado várias séries de "aulas-shows" com o violonista e compositor Arthur Nestrovski.
Sinopse - Fora das instituições e das atividades codificadas formalmente como políticas, vigoram relações de força em jogo permanente, que não se circunscrevem nem se explicitam mas que estão disseminadas, difusas e implícitas nas linguagens em ato cotidiano. Félix Guattari e Michel Foucault formularam essa questão em termos de micropolítica e microfísica do poder.
Trata-se de relações políticas em que os domínios e as sujeições, as formas de exclusão, mas também de escapar à subjetivação dominante, não se localizam no enunciado mas na enunciação, não no dito, mas nas formas do dizer.
Ações afirmativas que denunciam e prescrevem o politicamente correto e o politicamente incorreto emergiram como maneira de politizar abertamente essa dimensão insidiosa da política, trazendo-a a tona de um embate explícito em que a discriminação praticada no uso das palavras é rebatida, para o bem ou para o mal, com uma discriminação consciente do uso das palavras. A demarcação dos lugares de fala, que se tornou estratégica para movimentos identitários atuais, por sua vez, põe em foco não o vocabulário mas a enunciação, isto é, a apropriação da linguagem pelos sujeitos, rebatendo a exclusão histórica com a exigência de um direito exclusivo de fala. Num processo complexo e cheio de armadilhas por todos os lados, em que o fora da política assume foro político, o implícito é chamado a se reger pelas modalidades da explicitação e a emergência da diversidade das diferenças contra o império da identidade se converte em absolutização identitária da diferença.
Isso posto, procuraremos sondar situações mais fluidas em que o embate político se manifesta no cotidiano de massa, muitas vezes sem dizer seu nome: a religião do capitalismo (tal como sugerida por Walter Benjamin) na maneira como é praticada e professada na publicidade; o tratamento jornalístico da vida diária na imprensa e na televisão; as formas artísticas e para-artísticas que respondem a esses formas dominantes de política implícita; os cruzamentos entre ficção e realidade, que se tornaram arma política crucial no tempo das redes sociais e da manipulação de algoritmos; as relações entre fato e factoide, entre ativismo e arte.
Ciclo Mutações - O objetivo desse novo ciclo, concebido por Adauto Novaes, é discutir os temas mais urgentes que envolvem as relações entre democracia e política na era das grandes mutações produzidas pela tecnociência.
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