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Trabalho de Mariana Siqueira busca desenvolver espaços que respeitam a identidade ecológica do bioma

Thalita Souza

A arquiteta paisagista Mariana Siqueira trouxe à discussão uma abordagem inovadora sobre a valorização da flora do Cerrado e abordou sua pesquisa em paisagismo naturalista contemporâneo. Em sua apresentação, "Plantas do cerrado em Jardins Naturalistas: Como Empregar?", ela defendeu uma nova ética estética. A palestra foi parte da programação do primeiro dia da Semana de Inovação, realizada nesta terça-feira, 29 de outubro, em Brasília. Com apoio da escritora uruguaia Amália Robrê, Mariana continua a expandir o conceito de jardins naturalistas, desenvolvendo espaços que respeitam e celebram a identidade ecológica do cerrado.

Em seu primeiro projeto em Brasília, a Casa Vila Rica, Mariana introduziu o conceito de “Jardim Cerrado”, um paisagismo naturalista que valoriza a flora nativa, propondo uma nova forma de apreciar o bioma. “Queria mostrar para as pessoas a riqueza do cerrado, tão reconhecida internacionalmente”, explicou. Ela conta que encontrou no bioma uma rica paleta de cores e texturas, especialmente evidentes na época da seca, que considera de “beleza singular”.

Durante a palestra, a arquiteta descreveu os principais desafios de se trabalhar com espécies desse bioma. A busca por mudas nativas em viveiros revelou a escassez de plantas típicas e a falta de conhecimento sobre sua germinação. Esse cenário despertou nela o interesse em compreender melhor o cerrado e a complexidade de sua sazonalidade, caracterizada por períodos alternados de seca e chuva. Para superar essas barreiras, Mariana afirmou ter passado a colaborar com ecólogos, que realizam experimentos com sementes nativas visando à restauração do bioma.

O projeto de Mariana na Casa Vila Rica ganhou notoriedade internacional, sendo destaque do jornal The New York Times pelo conceito de jardim naturalista e inovador. Inspirada pelo desafio, a arquiteta participou de um projeto de viveiro experimental na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, onde realizou estudos com sementes nativas, testando a resiliência das plantas locais, que demonstraram adaptabilidade mesmo sem irrigação.

Sobre a Semana de Inovação

A Semana de Inovação 2024 é realizada pela Enap, em parceria com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o Ministério das Mulheres e o Tribunal de Contas da União (TCU), com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e tem patrocínio de Petrobras, Itaipu Binacional, Instituto Unibanco, Microsoft, IBM/TD Synnex, Fundação Lemann, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), CGI.br, Serpro, Dataprev, Caixa e Governo Federal.

SERVIÇO:

O quê: Semana de Inovação 2024 (entrada gratuita)

Onde: Escola Nacional de Administração Pública - Enap (SPO Área Especial 2-A, Asa Sul, Brasília-DF)

Data: 29, 30 e 31 de outubro

Formato: Presencial e On-line (Apenas as atrações de palco principal serão transmitidas. As demais atividades presenciais só para os participantes in loco. A programação on-line é exclusiva para inscritos on-line)

Mais informações e inscrições:  http://semanadeinovacao.enap.gov.br

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