Teve início, nesta segunda-feira (11), o Seminário Internacional Equidade de Gênero: Representação Política de Mulheres - Diálogo Países Nórdicos,

Brasil e América Latina. Promovida pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), ONU Mulheres, Flacso, Clacso, Eurosocial e Embaixadas dos Países Nórdicos, a atividade acontece nos dias 11 e 12 de junho, em Brasília-DF. É possível acompanhar a programação ao vivo pelo link http://assiste.enap.gov.br/.

Durante a cerimônia de abertura, o presidente da Enap, Francisco Gaetani, ressaltou que "a equidade de gênero é uma agenda global maior que governos. Uma agenda que está ancorada nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e nos processos de lutas e transformação, e que nos melhora". "É uma honra abrigar essa agenda na Escola", disse.

A coordenadora-geral de Cidadania, Exercício de Direitos, Saúde, Poder, Educação e Cultura da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres (SPM), Irina Storni, frisou que "uma democracia não se faz por inteiro com a representação que nós temos hoje no parlamento e nos cargos de poder do Brasil". "Não avançamos como deveríamos ter avançado. A falta de participação das mulheres na política não é porque não gostamos, nós gostamos sim! Queremos participar, e sabemos que lugar de mulher é na política", explicou.

A diretora da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais no Brasil, Salete Valesan, agradeceu a Enap: "Quero agradecer, não somente ao Comitê de Gênero da Enap, mas à Escola como um todo, pela sensibilidade em realizar eventos com uma agenda tão importante".

Segundo a representante da Delegação da União Europeia no Brasil, Cláudia Gintersdofer, "a igualdade de gênero traz a verdadeira democracia pela inclusão e participação efetiva das mulheres". "É aumentar influência da pauta feminina na política", falou.

O embaixador da Noruega no Brasil, Nils Martin Gunneng, esclareceu que "a equidade de gênero não é somente uma questão de valores, mas também uma questão de senso comum". "Se você quer crescer como país, economicamente, e em todas as outras áreas também, você deve utilizar todos os seus recursos, e não somente metade. Mas isso não é feito da noite para o dia. É necessário um esforço", disse.

A atividade teve seguimento com o lançamento do Projeto de Cooperação Enap – ONU Mulheres e da capacitação em Gênero da Escola Ibero-americana de Administração e Políticas Públicas (EIAPP/Clad). O objetivo é o desenvolvimento de servidores e servidoras para apoiar a incorporação da perspectiva de gênero nas políticas públicas em nível nacional e subnacional, a partir de pesquisas e cursos de capacitação e formação Ead e presencial.

A representante do Escritório da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman, apontou que "a Enap tem um papel crucial para fazer com que o país alcance a igualdade de gênero, pois tem a responsabilidade de formar a administração pública, tanto a nível federal como a nível subnacional, ajudando a construir uma gestão pública territorial participativa com perspectiva de gênero".

Por fim, o secretário geral do Centro Latino-americano de Administração para o Desenvolvimento, Francisco Velázquez, demonstrou satisfação com a parceria para os cursos que serão ofertados (dois presenciais e dois a distância): "O número de cursos do Clad acaba de aumentar. Para nós é uma grande satisfação que isso aconteça, ainda mais se tratando de um tema que atinge a todos, um tema importante e que veio para ficar".

Sobre o seminário - O evento busca abordar a trajetória da representação política das mulheres no Brasil e América Latina, bem como a experiência específica dos Países Nórdicos, uma vez que estes países se encontram em posição de liderança nos índices de igualdade de gênero em diversas dimensões, além de apresentarem altos índices na dimensão da representação política. À luz do Marco Normativo da democracia paritária, o Seminário também abordará os movimentos de despatriarcalização do Estado e experiências de ocupação de espaço de poder pelas mulheres negras na América Latina.O Seminário é dirigido a servidores públicos e servidoras públicas, pesquisadores e pesquisadoras de áreas relacionadas ao tema de equidade de gênero.