Proposta é construir um novo cenário econômico com espaço para inovações e quebra de ciclos de pobreza

Muito além de grandes empresas de tecnologia e big-techs disponíveis hoje no mercado, a economia criativa precisa de um ingrediente que o Brasil tem de sobra: os criativos. São eles que implementam soluções baratas e eficazes em áreas carentes, melhorando a economia local e alcançando resultados independentemente da ajuda do governo. O tema foi um dos destaques da Semana de Inovação 2022, em Brasília/DF.

Para Nina Rentel, diretora de tecnologias sociais da Gerando Falcões, focada em líderes sociais que trabalham em favelas, tudo começa com a busca pelas formas possíveis de se quebrar ciclos de pobreza. “Atuamos em favelas fazendo intervenções sistêmicas, dando emprego e criando oportunidades, conectando setor público e privado com favelas e especialistas. Criamos rádios comunitárias e promovemos startups que se adequam à realidade das favelas”, explicou.

Assim, é possível construir um novo cenário econômico com espaço para inovações e provocações à população. “Quando falamos sobre o tema, é bom lembrar que a gente precisa o tempo todo instigar os moradores das favelas, estimular o interesse de trabalho e de sucesso”, complementou.

Celso Athayde, da Favela Holding, conseguiu criar 25 empresas interligadas que fomentam a economia no que, segundo ele, o IBGE chama de ‘aglomerados subnormais’. “São 17 milhões de pessoas que produzem 120 bilhões por ano. Representariam, se fossem um estado, o quarto mais populoso e mais rico do país”, destacou.

Para conseguir movimentar tanto dinheiro, uma das soluções foi a possibilidade de criar serviços segmentados para as favelas, como a entrega de produtos Amazon e Natura por entregadores que moram nas favelas. A criação de agências de viagens e demais negócios em locais unicamente segmentados, fazem com que haja mais consumo nas favelas brasileiras que em países como Paraguai e Bolívia somados.

Sobre a Semana de Inovação

A Semana de Inovação tem como objetivo reunir os principais especialistas do setor para promover debates e troca de experiências sobre iniciativas de uso de tecnologias, metodologias e processos para melhorar o serviço público brasileiro. É um evento que tem como realizadores: Escola Nacional de Administração Pública (Enap), Tribunal de Contas da União (TCU), Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e Ministério da Economia. Além da correalização do Ministério da Saúde, do SUS, do Ministério da Educação, da Funasa, do Inep, da Fundação Joaquim Nabuco e da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI).

Em 2022 o evento chega a sua oitava edição. Com o tema “Tempo de criar”, a Semana de Inovação 2022 acontece entre os dias 8 e 10 de agosto em formato híbrido, on-line e presencial em Brasília, no Rio de Janeiro e em Recife. Dataprev, Serpro, Adaps, Sebrae, BID, Cateno, 99, Gringo, Microsoft, Nic.Br, CGI.Br e Zoom já são patrocinadores desta jornada! Além do apoio da República, ABDI, Eldorado, Museu de Arte do Rio, Wylinka, IFood, Catálise, Instituto Unibanco, Lab Griô e Porto Digital. 

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